terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Carta Programa

“Apesar de tudo estamos vivos...”

Vivemos um contexto marcado por mudanças estruturais determinadas pela dinâmica fetichista de acumulação do capital que vem radicalizando, sem precedentes, as expressões da questão social, numa perspectiva de barbarização das relações humanas no mundo inteiro. Na realidade da periferia do sistema, onde nos situamos, as dimensões da exploração e expropriação da classe trabalhadora se materializam através dos níveis de desregulamentação e precarização das relações de trabalho; das altas taxas de desemprego; da restrita e pontual ação do Estado que torna pífios e desestruturados os sistemas de proteção social; da deflagrada e inescrupulosa mercantilização/privatização das políticas e dos direitos; dentre outras formas mais complexas e acirradas de manifestação das desigualdades sociais, cotidianamente, expressas pela criminalização da pobreza; pela violência urbana; e pela reprodução de preconceitos, opressão e intolerância.
Nessa conjuntura, os desafios históricos da luta de classes se deflagram com novas contradições políticas, culturais e ideológicas, profundamente alienantes, rebatendo diretamente no arrefecimento das práticas reivindicatórias das organizações dos trabalhadores e dos demais movimentos sociais populares. Esse quadro integra determinações bastante complexas que impactam, contraditoriamente, a sociabilidade vigente, afetando brutalmente as classes subalternas. E é nessa perspectiva que também assolam a profissão de Serviço Social em várias dimensões (ensino, exercício profissional, militância política, mercado de trabalho entre outros). 

Pro que der e vier prosseguir...”

  Os desafios profissionais do Serviço Social brasileiro se confundem com os desafios sociais de toda a classe trabalhadora, dada a dimensão societária do seu projeto ético-político e dos compromissos com as lutas do trabalho. Nesse sentido, é que, o projeto profissional do Serviço Social brasileiro, como principal diretriz da práxis profissional, possui clara perspectiva contra-hegemônica.  A despeito da tendência desalentadora, do contexto atual, compreendemos que é tempo de fortalecer a luta em defesa da profissão e do enraizamento do Projeto Ético-político Profissional.
Isso significa dizer que é preciso reafirmar nosso compromisso com a construção e consolidação dos direitos, das políticas públicas e da revitalização dos movimentos sociais. Nossa luta cotidiana, incansável e ousada é mediação imprescindível para a construção coletiva das relações democráticas, humanizadas e igualitárias. Compõe as bases para a edificação de um novo tempo forjado pelo pleno exercício da liberdade e emancipação humanas.
Em parte, essa luta pressupõe o fortalecimento das nossas entidades representativas. Por essa razão, o protagonismo da nossa categoria profissional consiste condição indispensável para avançar na luta pela garantia e legitimidade da defesa de condições éticas e técnicas de trabalho, de novos e fortalecidos espaços de atuação profissional.

“Digo na maior - melhores dias virão...”

 Mais que nunca, precisamos valorizar e reafirmar conquistas sociais e profissionais; qualificar o exercício profissional; concretizar, de forma crítica e criativa, as competências e os princípios ético-políticos do Serviço Social brasileiro.
É tempo de explorar as contradições da ordem do dia, a partir do estreitamento das relações com as forças sociais críticas, em defesa de um novo patamar de sociabilidade, com fortalecimento de processos e mecanismos democráticos e participativos. É tempo de reafirmar nosso compromisso com a classe trabalhadora e assumi-lo através de uma programática de lutas com mediações articuladas na perspectiva da consolidação de direitos e da socialização da riqueza social, pelo fim das desigualdades.
Compreendemos que, a dimensão política da nossa resistência cotidiana deve ser apontada para uma perspectiva ética, cuja substância histórica seja o radical enfrentamento da barbárie social. E é nesse espírito de luta que apresentamos, para a gestão de 2011-2014 do CRESS/RN, as chapas POR UM NOVO ENREDO: Lutar, resistir, emancipar e AVANÇAR NA LUTA CONSTRUINDO UM NOVO TEMPO (Seccional Mossoró)!


Um comentário:

  1. A luta, a criatividade e a participação se faz presente em cada momento da fala e do convite a todas nós em vivenciar Por Um Novo Enredo,lutar, resistir emancipar e Avançar Construindo Um Novo Tempo, pela continuidade e concretização das Consquistas diante deste processo ainda muito exludente no contexto social atual.
    Valeu o esforço e a criação amigas, muito belo, Paz,Amor e Unidade. Maria da Paz

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